sexta-feira, 11 de abril de 2014
Concluo que a minha carreira de merceeira não correu como planeado
No outro dia cruzei-me na entrada do prédio com uma miúda mais nova que andou comigo no teatro na escola. Parecia que ainda ontem a tinha visto com 11 anos e ali estava ela de marido e filha no colo, para ir visitar a minha vizinha de cima. E ali estava eu a entrar no meu prédio, para a minha casa, depois de vir do meu emprego. Não pude deixar de sentir "estamos tão crescidas".
Esta passagem da idade é sempre estranha porque por dentro somos fluidos e o cérebro não apita a cada dia que passa.
Também tenho os meus momentos em que estou no trabalho a atender o telefone, enviar mails e rabiscar notas e me lembro das minhas brincadeiras no sofá, com um caderninho no colo, caneta na mão e telefone imaginário na outra, onde eu tinha uma importante carreira como merceeira e rio-me. Na altura trabalhar parecia sempre tão interessante, raios parta (volta Pai Natal, estás perdoado). Também gostava muito de desenhar teclas numa caderno e fingir que tinha um portátil como a sobrinha do Detective Gadget. Tem cuidado com o que desejas, nunca me fez tanto sentido.
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